Perguntas e Respostas: Por que houve a prática da poligamia no início da Igreja?
Nota: Este artigo é uma tradução e foi escrito e publicado em Third Hour com o título “Why Did Joseph Smith Institute the Practice of Polygamy?“
Encontramos quatro razões pelas quais Joseph Smith instituiu a prática da poligamia nas escrituras e nas citações dos profetas santos dos últimos dias:
- “A primeira razão que o Profeta ofereceu foi que era necessário restaurar o casamento plural como parte da restituição de todas as coisas profetizadas em Atos 3:19-21“.
- O segundo propósito para o casamento plural foi que ele forneceu uma prova especial para os santos dos últimos dias naquele tempo e lugar.
- Havia espíritos na vida pré-mortal “que desejavam nascer em famílias fiéis aqui na Terra. A poligamia aumentaria essa possibilidade”.
- Todos os filhos dignos de Deus que desejam entrar em sua plena presença na vida após a morte (“exaltação”) devem ter tido essa oportunidade. O nível mais alto do Reino Celestial requer um casamento eterno (não um casamento plural) para entrar nesse estado. Se houvesse mais mulheres dignas do que homens, alguns se selariam em casamentos plurais por escolha própria.
Restituição de todas as coisas
“A primeira razão que o Profeta ofereceu foi que era necessário restaurar o casamento plural como parte da restituição de todas as coisas profetizadas em Atos 3:19-21”.
Esta necessidade de restauração é mencionada na seção 132: “Eu sou o Senhor teu Deus e dei a ti, meu servo Joseph, uma designação; e restauro todas as coisas” (v. 40; ver também 45).
Por exemplo, em 1903 Benjamin F. Johnson lembrou: “em 1835 em Kirtland aprendi com o marido da minha irmã, Lyman R. Shirman, que era próximo do Profeta, que a antiga ordem do casamento plural deveria ser praticada novamente pela Igreja”.
Pode-se argumentar que essa foi a única razão que Joseph Smith precisava dar. Eu simplesmente tinha que dizer: “os patriarcas do Antigo Testamento praticaram a poligamia e estou restaurando”.
Não havia necessidade de uma explicação teológica detalhada e complexa sobre o casamento eterno e celestial.
Prova especial
Um segundo propósito para o casamento plural foi que ele forneceu uma prova especial para os santos dos últimos dias naquele tempo e lugar.
Ele provou sua fé e trouxe-lhes experiências valiosas. No passado, Deus pediu que obedecêssemos a mandamentos específicos que não eram exigidos a outros povos nem a outros tempos.
Por exemplo, aos filhos de Israel foi dada a Lei de Moisés, que foi cumprida no tempo de Cristo.
Voltando ainda mais no tempo, Abraão recebeu a Lei do Evangelho, que incluía a prática da circuncisão, mas que não é mais necessária.
Uma das esposas plurais de Joseph Smith, Helen Mar Kimball, lembrou: “o Profeta disse que a prática desse princípio seria o desafio mais difícil que os santos dos últimos dias teriam para provar sua fé”.
Brigham Young explicou em 1855: “Previ, quando primeiro Joseph Smith revelou essa doutrina, que seria uma prova e uma fonte de grande preocupação e ansiedade para os irmãos e o que acontece com isso? Temos que cingir nossos lombos e cumpri-lo, assim como com qualquer outro dever”.
Essa prova e a oportunidade relacionada com as bênçãos da obediência foram retiradas por meio do manifesto de 1890.
Nesse documento, o Presidente Wilford Woodruff, o único homem que possuía as chaves de selamento que deveria autorizar todos casamentos eternos válidos, declarou que o mandamento de praticar o casamento plural não era mais obrigatório para os santos dos últimos dias.
A partir desse momento, eles deveriam viver a monogamia como os santos do Livro de Mórmon.
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Conceder uma família aos espíritos fiéis
A terceira razão que Joseph Smith deu para o estabelecimento do casamento plural é sobre a existência pré-mortal.
Ele ensinou que todos vivemos nesse reino como espíritos antes de vir à Terra. Entre esses espíritos havia muitos que eram “nobres e grandes” (Abraão 3:22) que desejavam nascer em famílias fiéis aqui na Terra. A prática da poligamia aumentaria essa possibilidade.
A revelação sobre o casamento celestial afirma:
“[As esposas plurais] são dadas para multiplicar e encher a Terra, de acordo com meu mandamento, e para cumprir a promessa feita por meu Pai antes da fundação do mundo e para sua exaltação nos mundos eternos, a fim de gerar as almas dos homens”(D&C 132:63).
Charles Lambert de Nauvoo lembrou um ensinamento do Profeta: “Há milhares de espíritos que estão esperando para vir neste dia e geração. O meio correto é através do Sacerdócio, um caminho deve ser fornecido; o tempo chegou e eles têm que vir”.
Helen Mar Kimball concordou: “Foi revelado [a Joseph Smith] que havia milhares de espíritos, que ainda não haviam nascido, que esperavam ansiosamente o privilégio de descer para tomar tabernáculos de carne, para que sua glória pudesse ser completada”.
Infelizmente, alguns autores retrataram a reprodução sexual – para “multiplicar e encher a terra” – como a principal razão para o casamento plural.
Esta foi uma das várias razões para a restauração da poligamia, mas não é a mais importante.
Permitir a todos os espíritos a oportunidade da exaltação
A quarta razão de Joseph Smith pela qual o casamento plural precisava ser restaurado reduz as outras três explicações em significado, pois trata da eternidade. Doutrina e Convênios 132:16-17 observa que homens e mulheres que não se selam em casamentos eternos nesta vida (ou de maneira vicária) experimentam penas maiores do que o simples divórcio eterno de seus cônjuges legais ao morrer.
Esses dois versículos explicam que esses indivíduos são “nomeados anjos no céu” para serem “servos ministradores” de seres ressuscitados.
“Eles permanecem separados e solitários, sem exaltação, em seu estado de salvação”. Em outras palavras “exaltação,” o mais alto nível de salvação, requer o casamento eterno.
A seção 132 de Doutrina e Convênios argumenta que a eternidade foi o foco principal da teologia do casamento de Joseph Smith, em vez de pluralidade ou sexualidade.
De fato, o casamento eterno, não o casamento plural, foi a doutrina mais elevada ensinada pelo Profeta.
O objetivo fundamental da poligamia era permitir que todas as mulheres dignas fossem seladas eternamente a um marido, tornando-as dignas da exaltação.
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