Qual é o seu “porquê” de ser cristão?
Seja alguém que conhecemos intimamente ou alguém que seguimos nas redes sociais, muitos de nós conhecemos pessoas que escolheram deixar a Igreja e abandonar seus convênios. Essa experiência pode nos levar a refletir sobre nossas escolhas e a nos perguntar: “Por que decidi ficar aqui?” ou talvez até mesmo: “Por que devo ficar?”
Em seu discurso na conferência geral de outubro de 2023, a Presidente Geral das Moças, Emily Belle Freeman, abordou esses tipos de questionamentos pessoais e deu um exemplo de como podemos melhor respondê-los. Ela compartilhou uma declaração pessoal muito bonita sobre o seu “porquê“ e então nos encorajou a fazer o mesmo.
A Presidente Freeman visitou recentemente Israel e observou os judeus no Muro das Lamentações. “A maioria dos judeus veste suas melhores roupas quando visita esse lugar sagrado”, ela compartilhou.
“A súplica por um templo no meio deles, esse anseio por uma casa de convênio, consome todos os seus dias, todas as suas orações. Admiro a devoção deles.”
Depois de ter uma experiência única com os judeus que ansiavam por tais convênios, ela ficou interessada em ouvir os membros da Igreja ao seu redor fazendo perguntas como: “Por que devo trilhar o caminho do convênio? Preciso entrar em uma casa para fazer convênios? Por que uso garments sagrados? Devo investir em um relacionamento por convênio com o Senhor?”
Ao invés de fornecer respostas gerais para todos seguirem, a Presidente Freeman disse:
“Cada um de nós terá que descobrir sua própria resposta a essas questões profundamente pessoais” Neste sentido, ela convidou cada um de nós a criar nossos próprios “porquês”.
Qual é o meu “porquê” e por onde começar?
Decidi aceitar seu convite, mas me perguntava por onde começar. Enquanto ela disse que cada um de nós precisa “descobrir sua própria resposta”, a Presidente Freeman nos deu o seu próprio “porquê” como exemplo. Sua declaração começou assim:
“Trilho esse caminho como uma ‘filha amada de pais celestiais’, divinamente conhecida e profundamente confiável. Como filha do convênio, sou elegível para receber as bênçãos prometidas. Escolhi andar com o Senhor.”
Olhando a versão escrita de sua fala, podemos ver que a declaração de “porquê” da Presidente Freeman está repleta de citações, referências às escrituras e doutrinas.
Inicialmente, escrever meus “porquês” me intimidou. Acho que me senti assim porque a da Presidente Freeman é tão abrangente e eloquente, e eu não achava que poderia fazer algo tão grandioso. Então, decidi que minha declaração não se tratava de extensão ou referências às escrituras. Precisava ser apenas uma declaração pessoal que eu sentisse que falava aos meus sentimentos mais profundos.
Assim que me libertei de todas as expectativas ou comparações, consegui encontrar dentro de mim a razão (ou razões) simples pela qual vale a pena fazer todo sacrifício e qualquer inconveniente potencial para manter os convênios que fiz com Jesus Cristo.
Essa foi uma experiência muito poderosa para mim. Convido você a aceitar o convite da Presidente Freeman e não apenas ponderar, mas realmente escrever seus próprios “porquê” – não apenas pensar nisso, mas realmente colocar no papel.
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5 perguntas para começar
Seus “porquês” não devem se parecer com os de ninguém, e não devem seguir uma fórmula. Em vez disso, quero propor uma série de perguntas a serem consideradas que me ajudaram a criar os meus. Não sinta pressão para responder a todas elas, talvez uma ou duas despertem um pensamento que ajude você a falar sobre a sua fé.
1. Como minha vida foi abençoada por causa da minha escolha de seguir o caminho do convênio?
Mais do que qualquer outra pergunta, esta me faz pausar e refletir. Quando considero o rumo que minha vida poderia ter tomado e onde estou, sinto humildade ao reconhecer que sou quem sou, tenho o que tenho e posso ser o que sempre desejei ser porque Deus orientou meu caminho.
Reflita sobre as escolhas que fez em sua vida. Como você foi abençoado ao seguir as orientações de Deus? Por que isso motiva você a permanecer no caminho do convênio quando os tempos ficam difíceis?
2. Como eu quero que seja o meu futuro?
Às vezes, olhar para frente é mais útil do que olhar para trás. O Presidente Henry B. Eyring, da Primeira Presidência, permaneceu solteiro até o final dos seus 20 anos e frequentemente pensava nos seus futuros filhos. Quando os imaginava, chamava-os de “ruivos” e, diante da tentação, lembrava a si mesmo: “Não posso fazer isso – os ruivos contam comigo”.
O que você deseja quando tiver 20, 40, 60, 80 anos ou mais? Quais coisas você acha que serão importantes naquela época? Que escolhas você é motivado a fazer agora por causa do que deseja no futuro? Como imaginar seu futuro pode motivá-lo a guardar os convênios agora?
3. Quais promessas me dão esperança?
Outra coisa a considerar são as promessas feitas nas escrituras, promessas das palavras dos profetas vivos ou promessas pessoais feitas a você em uma bênção patriarcal.
Há uma promessa que você guarda? Existe uma história das escrituras que te dá coragem ou esperança para perseverar? Por que isso te dá esperança? Por que você deseja isso para si mesmo?
4. Quais memórias espiritualmente definidoras eu tenho?
Em abril de 2020, o Élder Neil L. Andersen, do Quórum dos Doze Apóstolos, nos incentivou a refletir sobre o que ele chamou de “memórias espiritualmente determinantes” para nos protegermos de dúvidas e dificuldades. Ele disse:
“Compreendam suas lembranças sagradas. Acreditem nelas. Escrevam-nas. Compartilhem-nas com sua família. Confiem que vocês as recebem de seu Pai Celestial e de Seu Filho Amado.”
Que experiências sagradas você teve em sua vida? Quando suas orações foram respondidas? Que ternas misericórdias testemunharam que Deus está ciente de você e o conhece pessoalmente? Você confia que se permanecer no caminho, Jesus continuará a oferecer essa força e conforto?
5. Quem está no caminho e é alguém que você confia?
A Presidente Freeman sugeriu: “Peçam a alguém em quem confiam e que está no caminho do convênio que lhes apresente o Salvador que ele ou ela conhece.”
Talvez, neste momento, você não possa responder definitivamente essas perguntas. Portanto, olhe para aqueles que você ama e confia que estão no caminho e, por um tempo, apóie-se na fé deles até que possa se firmar por conta própria.
O meu porquê
Após ponderar essas perguntas e ideias, elaborei meu próprio “porquê”.
Não posso negar que Deus conduziu minha vida de maneiras maiores e melhores do que eu poderia ter imaginado para mim mesmo. Essa orientação, embora nebulosa no passado, estava claramente presente. Jesus Cristo estava lá por mim, me guiando, e quero que sempre assim para sempre. Quero que Ele guie minha vida porque isso me levou às minhas melhores escolhas.
Por fim, é uma época linda do ano para olhar para nossas vidas, reavaliar e refletir. Então, aproveito para convidar você a aceitar o convite da Presidente Freeman e considerar seu relacionamento com Jesus Cristo, colocar a caneta no papel e escrever o seu “porquê”. Este exercício nos lembra de colocar a fé acima do medo e nos faz sentir enraizados no caminho do convênio.
Fonte: LDS Living
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